As transferências e as camuflagens na esfera dos sentimentos
é fenômeno complexo e rotineiro nos relacionamentos.
Conhecidos pela psicanálise como mecanismos de defesa do inconsciente, as projeções e camuflagens afetivas ocorrem em razão de processos educacionais da infância centrados no ego, ou por impulsos de núcleos afetivos consolidados em outras reencarnações, ou ainda pelo desconhecimento de si mesmo, sendo capazes todas essas causas de gerar extensas lutas íntimas e trágicas provas no quadro dos envolvimentos passionais.
O reflexo mais eminente da presença de semelhantes defesas psíquicas
é a perda da autenticidade humana.
Na medida em que vai amadurecendo física e psicologicamente, a criança, o jovem e mais tarde o adulto aprendem a esconder-se de si e do mundo, gerando um complicado mecanismo para atendimento dos apelos sociais e paternais, quase sempre, em desacordo com sua autêntica personalidade.
Perdendo a autenticidade o ser não se plenifica, arroja-se no desajuste ensejando o ebulir de culpas de outras vidas que não foram absorvidas, vivendo infeliz e sob intensa pressão interna em neuroses de longo curso.
Dependência, ciúme, possessividade e medo comandam as atitudes em direção a relações imaturas, sofríveis, pobres de confiança e caráter, ensejando a potencialização dessas camuflagens psicológicas junto aos grupos de ação do ser humano.
Os "esconderijos psíquicos" têm como origem mais saliente o medo: medo de si mesmo, medo de seus verdadeiros sentimentos. Não havendo coragem suficiente e nem desejo para tal, a criatura foge do auto-encontro, incapacitando-se, a cada fuga, em dominar sua vida interior, deixando escapar a chance de olhar-se no espelho da consciência e cuidar da sua "realidade transitória", resgatando a sua "realidade natural e Divina".
Fonte: trecho inicial extraído do cap. 17, do livro MEREÇA SER FELIZ,
pelo Espírito Ermance Dufaux