Quando se estudam os grandes homens e mulheres que fizeram a diferença na história da Humanidade, é difícil não pensarmos no filósofo grego Sócrates como integrante desse grupo. Com seu jeito irreverente de questionar seus interlocutores, o filósofo nos ensinou que o bem viver é de fundamental importância para a nossa felicidade.
“Uma vida não analisada não vale a pena ser vivida” dizia Sócrates, demonstrando o papel central do estudo na vida. Este estudo não se limita apenas ao acúmulo de informações, mas se constitui também da reflexão e o debate sobre pensamentos, sentimentos e ações na existência.
Nos tempos atuais essas práticas sugeridas por Sócrates ganharam força no meio corporativo e uma nova forma de trabalho aparece para dar peso ao aprendizado das pessoas. Este processo se chama coaching, que do inglês significa treinamento. A pessoa responsável por conduzir este processo é o coach (treinador) e adquire papel relevante no autoconhecimento dos indivíduos durante o processo.
O coach desempenha alguns papéis importantes durante um trabalho de treinamento. Ele pode atuar como professor, quando fornece informações para as pessoas; facilitador, quando organiza um debate entre integrantes de um grupo; estimulador, quando faz perguntas que mexem com as pessoas e ajudam a perceber pensamentos, sentimentos e questionamentos.
Nossos grupos de estudo da Doutrina Espírita podem se beneficiar grandemente desta prática de treinamento, uma vez que um grupo de estudo é composto por pessoas desejosas de conhecimento, de aperfeiçoamento emocional e de melhores comportamentos no dia a dia.
O coordenador do grupo de estudos não precisa, nem deve, desempenhar o papel único de professor, como se fosse o detentor de todo o conhecimento. Ele pode servir como um coach que facilita o aprendizado de todos ao fazer perguntas estimulantes, ao facilitar o debate sadio e ao se incluir como integrante de um grupo disposto a aprender.
Mais do que ensinar a Doutrina Espírita, nossos grupos têm a força, o potencial para construir relacionamentos fraternos que permitirão a prática dos ensinamentos adquiridos. Quando se entra em um grupo com o intuito de contribuir com perguntas, respostas e demonstrações de afeto, o objetivo primordial da doutrina de tornar o ser humano melhor começa a ser atingido.
A prática do processo de coaching durante os estudos pode contribuir para essas conquistas. Quando o coordenador passa a desempenhar esse papel, ajuda os integrantes do grupo refletir sobre suas dúvidas, seus desejos e sentimentos. Passa a facilitar o crescimento das pessoas, sem a obrigação de ser o “detentor de todo o conhecimento”.
Quando um grupo se dispõe a estudar a Doutrina Espírita seriamente, com o recolhimento e a concentração necessários, sempre teremos o amparo das forças superiores. O coordenador pode então atuar como um Coach, assumindo diferentes papéis conforme a necessidade dos participantes.
Ao assumir essa postura, o coordenador passa a transmitir conhecimentos, a despertar sentimentos e a incentivar condutas retas e virtuosas. O grupo por sua vez se sente acolhido, estimulado e satisfeito por ter um amigo, um professor e um coach.
Fonte: Jornal “Mundo Espírita”, da FEP, Edição 1517, dezembro/2010, Coordenadoria de Estudos da Doutrina Espírita.
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