terça-feira, 30 de junho de 2009

PEDAGOGIA DA ESPERANÇA


Por Eurípedes Barsanulfo

A esperança só morre no coração de quem não ama.

Sentimento que se instala em nós como um sinal da Presença Divina nos destinos humanos, sua força transformadora costuma transportar o ser para um mundo de novas reflexões, revelando-lhe detalhes e ângulos da paisagem da vida que lhe fogem à compreensão...

Assemelha-se a um êxtase da razão.
Filha da fé raciocinada, transmite a segura convicção de que as dificuldades não são barreiras, mas estímulos; as quedas não são derrotas, mas lições; os desvios não são pecados, mas a crise da mudança.
Farol a pontilhar o mar das nossas incertezas, conduz o leme de nossas existências por águas insondáveis, levando-nos a ver a calmaria bem acima das tempestades que ameaçam a paz.

Esperança! Certeza inarredável da destinação feliz do espírito humano! Como as escolas, os templos e os lares de hoje se ressentem da sua ausência! Sem as suas luzes, os métodos e as tentativas se revelam vazios, porque o homem caminha sem norte. Somente as brisas suaves do seu canto de amor são capazes de arrancar a Humanidade desse estado de apatia e liquidez, despertando os sólidos valores da moral e a crença num presente de paz.
Vai, Esperança, e leva a sua mensagem aos corações dos educadores; mostra-lhes que suas atenções, de preferência, devem se deter nas almas difíceis, que se mostram canhestras na apreensão do Bem e do Belo. Vai, e conta a cada um desses heróis que a maior recompensa para seus esforços será a tranquilidade da consciência; vai, e lhes diz que, sem Esperança, jamais o agricultor se resignaria a esperar tanto tempo para colher os frutos das pequenas sementes que suas mãos lançam à terra! Vai, e lhes diz que esse mesmo agricultor, após a semeadura, não poupa trabalho para ver produzir desde a primeira à última semente.


E o que seria de nós se o Mestre Jesus, repleto de Esperança no nosso progresso, não se tivesse sacrificado, imolando-se, para que aprendêssemos o amor mútuo? Vem, Esperança! Resgata-nos a Dignidade Divina e nos faz mergulhar, sem receio, no seio augusto e amoroso do Criador!

Poema psicografado no dia 19/10/05, em reunião do Núcleo Espírita Telles de Menezes, Salvador/BA.

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