terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A COISA MAIS FÁCIL? ERRAR.

Quem nunca errou?

Qual de nós nunca cometeu um engano? Sinceramente, estou ainda hoje, mesmo depois de deixar o corpo físico, tentando acertar alguma coisa em minhas caminhadas. Lembro-me de São João, quando afirma em uma de suas epístolas que aquele que disser que nunca errou já está cometendo um pecado, um erro; e quem disser que nunca pecou está mentindo.

Nós, os religiosos, costumamos enfeitar ou mascarar nossa situação interior com um brilho de santidade e honestidade que ainda estamos longe de ostentar. Mais ainda, aqueles que nos dedicamos ao amparo dos pobres nem sempre somos tão transparentes em nossas ações e intenções.

Como tem gente dizendo-se boa por aí, ao passo que manipula crenças alheias e apresenta-se à sua comunidade como exemplo ou referência de sabedoria. Manipulação é algo comum entre os seres humanos; entre os religiosos, então, é uma ferramenta muitissimo utilizada, visando à auto-promoção, além de objetivando o domínio mental e emocional do próximo. A fim de levar a cabo a manipulação de emoções e pensamentos, quem usa desse artifício costuma projetar publicamente uma imagem diferente daquela que reflitiria sua realidade interior, sua pessoa nua e crua. Com frequencia, a máscara ou fantasia torna-se tão forte e arraigada que seu autor acaba tomando-a por verdadeira. Entretanto, a realidade é bem diversa. Não há gente tão boa no mundo que não precise reciclar seus métodos, conceitos e objetivos. Não conheci ninguém na vida que estivesse isento da necessidade de renovar-se, modificar sua rota ou rever suas idéias. Todos nós erramos.

Refletindo, cheguei à conclusão de que, muitas vezes, optamos pelo caminho mais fácil - e, em boa parte delas, movidos pelo simples medo de prosseguir. E o caminho mais fácil entre todos é errar. Não é o que talvez Nosso Senhor tenha querido dizer ao usar a figura da porta larga e da porta estreita? (Não há dúvida de que é mais fácil atravessar a porta larga...)

Porém, cheguei também à conclusão de que há um caminho engenhoso, que distrai a atenção do verdadeiro plano de nossas vidas - que consiste em acertar tanto quanto pudermos. Não defendo nem cobro de mim nem de ninguém o acerto a todo instante. Considerando o mundo de hoje e a situação acanhada na qual nos encontramos como seres humanos, acertar sempre certamente seria pedir demais. Mas será pedir demais que se tente ao menos acertar o quanto possível? Seria esperar muito das pessoas, daquelas que estão à frente de seus rebanhos espirituais, daqueles que conduzem os destinos dos povos, que ao menos procurem acertar?

A questão da ética está intimamente relacionada aos erros e acertos do ser humano. A ética na política talvez passasse pela via das tentativas, das motivações, da vontade de acertar. E veja que não falo em resultados; falo das tentativas, do que está por trás das atitudes.
(...)
Fonte: livro A FORÇA ETERNA DO AMOR, pelo Espírito Teresa de Calcutá, pelas mãos de Robson Pinheiro, Casa dos Espíritos Editora.

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