domingo, 9 de janeiro de 2011

O QUE NÃO FOI REALMENTE NÃO TINHA QUE SER?

(imagem: tela de Josephine Wall)
texto: Bia Molica

Quando começamos a estudar a doutrina espírita, um dos aspectos que nos consola é compreender que o acaso não existe, as leis espirituais que regem o universo, também atuam sabiamente em nosso mundo particular.
Um livro que nos salta aos olhos na prateleira, uma nova amizade que chega de maneira improvável, um cartaz que nos leva a uma palestra que faz diferença, tantos encontros aproximam quem precisamos, até a maneira que te trouxe até aqui para ler estas linhas, tudo está conectado por uma inteligência e sintonia que muitas vezes fogem da nossa limitada compreensão.
Aprendemos a contemplar a sabedoria divina, aceitar o que nos acontece e que não pode ser mudado, falamos em resignação. Reside aí, inclusive, um motivo de crítica quando o espiritismo não é bem compreendido, como se nos coubesse o destino de ficarmos passivos diante da nossa existência. Para mim, resignação significa aceitar que não temos como controlar a vida , somos no entanto, responsáveis por ela, pela maneira como a levamos, por nossas escolhas e atitudes.
Nesse ponto é que eu fico pensando...será mesmo que tudo o que não foi realmente não tinha que ser?

Não sei se você já viveu esse tipo de dúvida, mas por várias vezes, eu me pergunto se a lição que está sendo apresentada não seria justamente da persistência, da coragem, da força em buscar o que canta meu coração. Foi quando entendi que a aceitação pode caminhar junto com a persistência e isso é fundamental para a evolução.
Enquanto escrevia este texto, procurava na internet especificamente uma frase sobre "não desistir" do livro "Fernão Capelo Gaivota", de Richard Bach, o qual certamente você conhece. Além de me lembrar vagamente da frase, eu sabia que o livro havia sido recusado por muitas editoras antes de ser publicado, o que me parecia uma referência importante para colocar aqui, já que o livro serve de inspiração para pessoas do mundo todo até hoje, já pensou se Richard tivesse desistido de publicá-lo?
Foi quando e você pode não acreditar, me deparei com uma matéria da Isto è Gente de hoje, com uma entrevista com Richard que está pela primeira vez no Brasil, aliás em sua terceira viagem internacional. Um trecho da matéria me chamou atenção:

(...)Fernão Capelo surgiu na vida de Richard Bach quando ele era ainda garoto. Costumava esconder-se do vento atrás de uma pedra, às margens do oceano, para observar as gaivotas. “Nunca havia entrado num avião, mas já adorava voar e sonhava ser uma gaivota”, lembra ele, com lágrimas nos olhos.

Anos depois, andava pelas ruas da Califórnia – “como muitos escritores novos, pensando como faria para pagar meu aluguel” - e ouviu uma voz. Dizia: ‘Fernão Capelo Gaivota’”, conta ele. “Estava assustado e disse: ‘Se você acha que eu sei o que Fernão Capelo Gaivota significa, está enganado. Deve ter me confundido com outra pessoa’.” Silêncio do outro lado. Bach sentou-se para escrever. “Senti a parede desaparecer e em seu lugar vi a imagem da primeira página do livro”, conta. Descreveu em palavras as cenas que apareciam diante de seus olhos por cerca de uma hora, até que, como se tivessem desligado um projetor, a figura sumiu. “Alguma coisa me disse: ‘Se você acredita que é o autor desta história, termine-a’”.
Oito anos e muitas tentativas frustradas depois, o escritor acordou de um sonho que lhe indicava a continuação da história. Só então terminou o livro. Com tantas forças sobrenaturais fazendo com que a obra se concretizasse, dificuldades na publicação era tudo o que Bach não imaginava. “Fernão Capelo Gaivota foi meu livro mais rejeitado”, conta ele, que antes havia escrito três livros.
Perseverante, resistiu a 18 respostas negativas de editoras até conseguir publicar o livro que se tornaria um dos maiores fenômenos editoriais das últimas décadas.(...)

Fernão Capelo Gaivota atingiu a marca de 40 milhões de cópias vendidas ao redor do mundo. Que nos sirva de inspiração para nunca achar que é tarde demais, que nossos sonhos da alma não valem a pena, que se os outros não valorizam é porque não é bom e saber que o que tinha que ser conta com nossa vontade e empenho de concretização. Para este ano novinho que se inicia voemos com a vontade de ir mais além de nós mesmos, aceitando a vida sem perder a garra para evoluir e ser feliz!
UM ABRAÇO
BIA


Fonte: http://perfumeespiritual.blogspot.com/2011/01/o-que-nao-foi-realmente-nao-tinha-que.html

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