Por Bia Molica
Lembro de uma ocasião, no período da faculdade quando um moço com o rosto pintado de palhaço invadiu a sala de aula. Invadiu é a palavra mais exata para descrever a cena da aula sendo interrompida abruptamente pela sua intempestiva presença. Ele pediu licença ao professor para falar, mas não ouviu a resposta. Começou seu discurso agressivo contra os opressores, dominadores, a burguesia capitalista, os alienados... sua raiva vinha diretamente para nós alunos e não poupou ironias. Tratava-se de um período de grandes discussões em torno do neoliberalismo e a influência materialista-histórico-dialética era bem intensa naquele ambiente acadêmico.
Muitos dos governantes do mundo e principalmente da América Latina já foram militantes políticos antes de vivenciarem cargos de poder público e não por acaso, os acompanhamos agindo, muitas vezes, exatamente da forma que tanto repudiavam nos antigos chefes de estado.
Essa experiência pode ser vista em outras dimensões mais pessoais, reproduzir comportamentos dos pais que você jurou que nunca faria, se ver em uma posição de liderança e só então passar a entender atitudes que tanto criticava em sua chefia nos grupos de trabalho.
Falar é fácil não é mesmo? Observe bem o seu discurso, inclusive os sermões e a lição de moral sobre como os outros deveriam agir. Você já ouviu falar da frase que virou clichê, as pessoas são nosso espelho? Essa é uma das lições que nossos aspectos sombrios nos trazem: quanto mais negamos nossa arrogância, por exemplo, menos humildes nos tornamos. Quanto mais repudiamos o comportamento supostamente equivocado do outro, mais devemos observar o que isso tem a ver com nossas necessidades e dificuldades evolutivas.
No movimento espírita quando vejo um livro, um evento, um médium ou um palestrante sendo publicamente, severamente criticado, ligo meu sinal de alerta: olha a sombra sendo projetada! O que será que incomodou tanto? De onde vem esse medo destrutivo de que a doutrina seja desvirtuada? De onde vem a cólera que envolve o discurso da preservação da pureza doutrinária? Rico material de reforma íntima, oportunidade ímpar de identificar aspectos sombrios da intimidade que nada tem a ver com o movimento espírita propriamente dito. Será que não há nada de estranho em ser antifraterno, anticristão para aparentemente defender a própria doutrina?
Assim é a manifestação da sombra, podemos ser incoerentes sem nem ao menos percebermos. O moço que invadiu a sala discursava nas entrelinhas sobre uma sociedade mais justa, mas sua atitude era bélica. Nosso discurso é revelador. Nossos sentimentos imbutidos no discurso são guias infalíveis. O encontro com a própria sombra é um processo imprescindível no caminho evolutivo. Então observe-se!
Muitos dos governantes do mundo e principalmente da América Latina já foram militantes políticos antes de vivenciarem cargos de poder público e não por acaso, os acompanhamos agindo, muitas vezes, exatamente da forma que tanto repudiavam nos antigos chefes de estado.
Essa experiência pode ser vista em outras dimensões mais pessoais, reproduzir comportamentos dos pais que você jurou que nunca faria, se ver em uma posição de liderança e só então passar a entender atitudes que tanto criticava em sua chefia nos grupos de trabalho.
Falar é fácil não é mesmo? Observe bem o seu discurso, inclusive os sermões e a lição de moral sobre como os outros deveriam agir. Você já ouviu falar da frase que virou clichê, as pessoas são nosso espelho? Essa é uma das lições que nossos aspectos sombrios nos trazem: quanto mais negamos nossa arrogância, por exemplo, menos humildes nos tornamos. Quanto mais repudiamos o comportamento supostamente equivocado do outro, mais devemos observar o que isso tem a ver com nossas necessidades e dificuldades evolutivas.
No movimento espírita quando vejo um livro, um evento, um médium ou um palestrante sendo publicamente, severamente criticado, ligo meu sinal de alerta: olha a sombra sendo projetada! O que será que incomodou tanto? De onde vem esse medo destrutivo de que a doutrina seja desvirtuada? De onde vem a cólera que envolve o discurso da preservação da pureza doutrinária? Rico material de reforma íntima, oportunidade ímpar de identificar aspectos sombrios da intimidade que nada tem a ver com o movimento espírita propriamente dito. Será que não há nada de estranho em ser antifraterno, anticristão para aparentemente defender a própria doutrina?
Assim é a manifestação da sombra, podemos ser incoerentes sem nem ao menos percebermos. O moço que invadiu a sala discursava nas entrelinhas sobre uma sociedade mais justa, mas sua atitude era bélica. Nosso discurso é revelador. Nossos sentimentos imbutidos no discurso são guias infalíveis. O encontro com a própria sombra é um processo imprescindível no caminho evolutivo. Então observe-se!
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