Quem não ouviu falar do mais importante evento do planeta sobre meio ambiente, que se iniciou esta semana no Brasil, a Rio +20? O que se pode esperar de um encontro tão significativo? E como ele pode transformar o mundo?
Quando o Astronauta Yuri Gagarin trouxe consigo do espaço a primeira foto da Terra no meio do “nada”, a percepção da finitude deste pequenino planeta azul e a aparente fragilidade da vida aqui existente, fez economistas e ambientalistas levantarem diferentes bandeiras em torno da urgência de se proteger o meio ambiente, uns pela dependência que a estrutura econômica mundial tem dos recursos naturais, outros em defesa do direito à vida.
Desde então, importantes compromissos internacionais assinados em conferências mundiais - Estocolmo 72; Rio 92; Rio +10, entre outras - geraram poucos resultados efetivos. Quantas pessoas, afinal, verificam a procedência dos produtos em um supermercado e pagam mais por serem ecologicamente corretos? Quantos fazem compostagem? Quantos compram por necessidade e não por luxo ou mera satisfação? Quantos substituem o catalizador do carro ao final de sua vida útil? Quantos conhecem sua pegada ecológica e mudaram hábitos para reduzi-la? Quantas empresas mudaram seu propósito do lucro para o benefício social? Parece que tudo continua igual, mas agora com uma roupagem verdinha.
Isso porque, parece que não se encontra respostas a estas questões em conferências internacionais de onde saem projetos magnânimes com foco longe do único lugar possível de ocorrer qualquer transformação efetiva: o interior do ser humano. O que acontece “lá fora” é reflexo do que está “lá dentro”, uma vez que ambos são nuances da mesma realidade. Somente um olhar franco e verdadeiro para dentro de si é capaz de conduzir a um segundo olhar do sujeito sobre si mesmo e sobre o seu mundo. Só com humildade se aceita diferenças e se libera o amor para alcançar a grandeza da unidade humana e o conceito de cidadania planetária. Só com conhecimento se reconhece a natureza comum da vida, a interdependência ser humano-meio e a responsabilidade das escolhas individuais para com o todo. Só por escolhas corajosas se desconstrói a ilusão da matéria, se conquista a paz e a felicidade incondicional. Só a felicidade compartilhada gera confiança que aproxima almas em torno de propósitos comuns. Somente pela confiança e a disponibilidade do servir é possível construir um mundo fraterno.
Ah, então as conferências são inúteis? Longe disso! Seria ingenuidade chamar de inútil o encontro de centenas de chefes de Estado e milhares de pessoas que dialogam sobre temas comuns, cujas repercussões na mídia promovem reflexões em todo o planeta. Mas sem este olhar para dentro, as propostas dificilmente sairão das gavetas dos dirigentes e das pessoas bem intencionadas. Porque mudança efetiva, só de dentro para fora.
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