quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O ÓBVIO

       
    Certa vez, um amigo abordou o médium Chico Xavier e lhe perguntou:
        Chico, na sua opinião, qual é o homem mais rico?
        Para mim, respondeu ele, o homem mais rico é o que tenha menos necessidades.
        Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:
        E o homem mais justo e sábio?
        Com o fraterno sorriso de sempre, ele voltou a responder:
        O homem mais justo e sábio é o que cumpre com o dever.
       Mas– voltou a insistir o homem, certamente querendo uma resposta ou revelação diferente – o que você está me dizendo é o óbvio!
       Sem parar o que estava fazendo e, com a espontaneidade de sempre, Chico terminou dizendo:
        Meu filho, tudo que está no Evangelho é o óbvio!
        Não existem segredos nem mistérios para a salvação da alma. Nada mais óbvio que a verdade!
        O nosso problema é justamente este: queremos alcançar o céu, vivendo fora do óbvio na Terra!
                                   * * *
        A palavra óbvio vem do latim obvius e significa tudo aquilo que é evidente, à vista, lugar-comum.
        Ela é formada de ob, que representa à frente; e de via, que significa caminho.
        Assim, ela indica aquilo que está à nossa frente, sem ser segredo ou estar escondido, o que salta à vista.
        O querido médium da paz, na sua humildade de sempre, mostrou excelsa sabedoria ao apontar uma característica humana dos dias atuais: a de complicar o que é extremamente simples.
        Assim criamos fórmulas, palavras mágicas, receitas e esquemas mil, para entender o que sempre esteve tão claro nas palavras do Evangelho.
        Por vezes, parece que a fuga do óbvio é fuga da responsabilidade.
       Responsabilidade de quem já sabe o que deve fazer, de quem já tem o conhecimento, mas deixa a ação, a mudança, a renovação sempre para amanhã.
       Por que relutamos tanto em entender o óbvio?
       Será entendimento o que falta?
       Acreditamos que não. Nossa geração já tem entendimento e inteligência suficientes.
       O que falta é o movimento interior da mudança, de deixar as paixões negativas para trás.
       Viver de acordo com as lições de um mestre, como Jesus, não é ser fanático religioso, extremista e cego. Não, de forma alguma. O verdadeiro cristão é discreto, porém atuante e firme nas ações.
       Não enxerguemos Jesus como um santo, inatingível, que serve apenas para ser adorado.  Já passamos desse tempo.
      Hoje é tempo de vê-lo como um exemplo, um referencial, num mundo onde as referências são tão pueris.
      A lição do Evangelho é o óbvio. O óbvio tão necessário para acalmar nossas almas angustiadas com as incertezas do mundo.
       É via segura à nossa frente, conduzindo à tão sonhada felicidade.

Redação do Momento Espírita
25.01.2012.

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