É a arte Budista de observar-se incansavelmente, olhar-se sempre. É um hábito que deve ser desenvolvido na rotina, a fim de que o balanço noturno tenha elementos ricos para a auto-análise.
Para pessoas encharcadas de materialismo e preconceitos, o outro só tem valor na justa medida de seus interesses pessoais; as relações, nesse caso, são superficiais, perigosas, instáveis... As deficiências são atribuídas exclusivamente ao próximo, sem a suficiente disposição para uma incursão reflexiva nas póprias atitudes. São corações que vivem sob o império do narcisismo, escravos de crenças e modelos mentais de comportamento, educados para encontrar fora de si as causas para tudo que lhes acontece, anulando, quase que por completo, a possibilidade do auto-encontro, sempre aptos a analisar a conduta alheia.
A atenção plena do Budismo só é possível em criaturas que se dispõem a melhorar, que anseiam por permanente sentimento de renovação de si próprias.
A disposição de melhora, portanto, é-lhe a base de dinamização.
Essa disposição alberga a ausência de punições, a dissolvência da culpa, a ternura consigo e os julgamentos flexíveis e versáteis. Sem isso esse auto-encontro pode tornar-se um caminho para a decepção e a insatisfação pessoal.
Fonte: livro MEREÇA SER FELIZ, de Ermance Dufaux
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