segunda-feira, 5 de outubro de 2009

AMAR A SI MESMO


"E aqui está o segundo que é semelhante ao primeiro:
Amarás o teu próximo, como a ti mesmo."

O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XV - item 4

"(...) Quando não amamos a nós mesmos, vivemos à mercê da influência dos palpites e reprimendas.
A aprovação alheia é mais importante que a aprovação interior.
Nessa situação escasseiam estima e confiança a si próprio, que impossibilitam a expressão da condição particular. Assim sentimo-nos prisioneiros adotando máscaras com as quais procuramos evitar a rejeição social, fazendo-nos infelizes e revoltados.


Ninguém pode definir para nós "o quanto ou o como deveríamos".
Podemos ouvir opiniões e conselhos, corretivos e advertência, porém, o exercício do auto-amor nos ensinará a tirar de cada situação aquilo que, de fato, nos seja útil ao crescimento. Cada pessoa ou situação de nossas vidas é como o cinzel que auxiliará a esculpir a obra incomparável de ascenção particular.
Mas recordemos: apenas um cinzel! Apenas instrumentos! Pois a tarefa intransferível de talhar é com cada um de nós, escultores da individuação*.


Quem se ama, imuniza-se contra as mágoas, guarda serenidade perante acusações, desapega-se da exterioridade como condição para o bem-estar, foca as soluções e valores, cultiva indulgência com o semelhante, tem prazer de viver e colabora espontaneamente com o bem de todos e de tudo.

Por longo tempo ainda exercitaremos esse amor a nós mesmos, alfabetizando nossas habilidades emocionais para um relacionamento intrapessoal fraterno, equilibrado. A primeira condição para nos engajarmos na Lei do Amor é essa caridade conosco, o encontro do self divino, sem o qual ficaremos desnorteados no labirinto das experiências diárias, à mercê de pessoas e fatos, adiando o Instante Celeste de sintonizar nossos passos com a paz interior que todos, afanosamente, estamos perseguindo."

(*) Carl Gustav Jung chamou de individuação o processo paulatino de expressar nossa singularidade, isto é, a "Marca de Deus" em nós; o ato de talhar a individualidade, aquele ser distinto e único que está latente dentro de nós.

Fonte: livro ESCUTANDO SENTIMENTOS, cap. 6, de Ermance Dufaux

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